segunda-feira, 22 de agosto de 2011

ligia bais

Museu Lídia Baís:

o museu reúne os objetos pessoais da família Baís. Hoje em dia é um espaço onde ocorrem exposições temporárias e permanentes. No seu interior existe um quarto que pertenceu à artista plástica Lídia Baís, onde encontram-se algumas de suas obras em telas, painéis e objetos pessoais.

LÍDIA BAIS

22.04.1900
19.10.1985

Filha de Bernardo Franco Baís, destacou-se desde cedo pelo seu temperamento rebelde aos padrões da época. Dizia a seus familiares: "Por minha causa vocês vão ficar na história".

Com quatro anos de idade, quis estudar em colégio salesiano em Assunção, junto com as irmãs Celina e Ida. Aos sete anos, começou uma peregrinação por vários colégios, começando por colégio de freiras no Rio Grande do Sul. Ainda pequena, morou na Itália por mais de ano com sua família. Na volta, foi estudar no Colégio Batista no Rio de Janeiro, por pouco tempo (sete meses). A seguir, veio para Itu (SP), onde reclamava muito do frio e da saúde abalada. E de lá foi para São Paulo (SP), onde se dizia "anêmica".

Na realidade, simulava situações para chamar a atenção, demonstrando vez por outra conduta voluntariosa, carente, rebelde, transparecendo insatisfação com o mundo ao seu redor.

Após dez anos de esforços dos pais, já adolescente, Lídia voltou para casa. Embora de figura franzina, não se intimidava nem se submetia às lições domésticas e dos colégios por onde passou.

Aos vinte anos, convenceu o bondoso pai a deixá-la estudar novamente no Rio. Embora de figura franzina, não se envolveu com divertimentos próprios da idade, evitando aproximação com rapazes, tendo até certo medo de intimidade com homens.

Durante a passagem pelos colégios, aprendera pintura e piano. Seus primeiros quadros a óleo foram pintados por volta de 1915. No mundo das cores, telas, tinta e pincéis, encontrou sentido na vida. Mergulhou no sonho para justificar sua liberdade incompreendida.
Na década de 20 estudou pintura no Rio de Janeiro com os professores Henrique Bernadelli e Osvaldo Teixeira.

Em 1925, aproveitou a viagem de estudos à Europa, do cunhado médico Dr. Vespasiano Barbosa Martins, indo em companhia da sua irmã Celina morar em Berlim e, posteriormente, em Paris.

Interessada em aperfeiçoar sua técnica e estilo de pintura, passou a freqüentar também museus, fez contatos com outros artistas, inclusive Ismael Néri, que também se encontrava na França. Nessa incursão, recebeu forte influência do expressionismo e do surrealismo, rompendo com o estilo acadêmico adotado nas fases anteriores.

De volta ao Brasil, estimulada pelo mestre Bernadelli, realizou no Rio de Janeiro uma exposição de pinturas a óleo, com pequena duração.

Tempo depois, foi morar em São Paulo na casa do cunhado Dr. Vespasiano, de onde, contrariando a família, fugiu para o Rio, passando a morar num hotel, para cursar Belas Artes. Essa atitude resultou no corte da ajuda financeira; mesmo assim, sem que Lídia soubesse, suas dívidas eram pagas pelo pai, apesar das suas queixas de abandono.

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